quarta-feira, 29 de julho de 2015

A Vida Passa Na Velocidade 4g

   Enquanto voltava ao serviço na hora do almoço de hoje, me deparei com algo caído no chão da praça, e curioso que sou, fui descobrir o que era. Foi com pesar que vi uma pequena coruja que jazia já sem vida, fato que acredito ter ocorrido há pouco tempo, pois na ida tracei a mesma rota e com certeza ela não estava ali.
   Na mesma hora, lembrei do comercial de telefonia móvel "A vida passa na velocidade 4 g", não sei o nome da peça comercial mas vou chamar desse jeito mesmo.
   Particularmente, é uma propaganda que eu abomino, pois apesar de ter uma pegada mais animada e divertida, ela me lembra somente de fugacidade do tempo e de como somos espancados por este titã, Chrono, aquele que nos primórdios da existência devorava os próprios filhos, e agora lentamente se alimenta de nossa vida.
   Não sei dizer qual a velocidade 4 g em termos físicos, mas acho que é pouco se comparada à pancada que senti.
   O tempo se esvai rapidamente como grãos de areia em uma ampulheta, e não podemos fazer nada a respeito disso. Me senti hoje como se estivesse nadando em mel, o que pode parecer doce, mas na realidade é denso, pesado e viscoso, e somente drena nossa energia até o momento no qual não há nada mais a fazer do que se entregar.
   O que nos cabe então é deixar um legado, alguma coisa boa, uma lembrança, um sorriso, e infelizmente, estou com medo de estar fazendo exatamente o contrário.
   Na velocidade em que passa o tempo da vida, nós somos obrigados a acompanhar, mesmo que por pura inércia, e na esteira que criamos, trazemos em nosso vácuo um turbilhão de palavras mal ditas, malditas e mal compreendidas, machucando sem querer qualquer pessoa que de uma forma ou de outra, está por perto assistindo essa frenética passagem. Como ouvi certa feita, o que foi dito, já foi, desculpa não conserta copo quebrado, mas a todos que um dia, graças ao meu gênio terrível e humor antipático, impertinente, irascível, essa ranzinzice que como fel me deixa com essa impressão (falsa) tão amarga, peço minhas mais sinceras desculpas a todos, em especial, a você que se disponibilizou a perder um pouco do seu precioso tempo (olha ele aí de novo!) para ler essas mal traçadas linhas.
   Como nosso tempo aqui é incerto, espero que ainda esteja dentro do prazo...