terça-feira, 4 de agosto de 2009

Nessa semana fui introduzido àquela condição que separa o verdadeiro brasileiro dos demais residentes de nossa esfera azul que chamamos de terra.
Nunca havia feito tal coisa, e me orgulho de não perder meu tempo nem dinheiro, como alguns (ou quase todos) homens que conheço.
Nem mesmo nos áureos tempos de Fernando Otávio, nas horas de recreio, me envolvia em tais atividades, que, em uma analogia um tanto exagerada, me lembrava, e ainda lembra, neandertais tentando descobrir o fogo, ou algo parecido com interpretações de masculinidade e demonstrações de testosterona para iguais em gênero, o que para mim é uma grandissíssima perda de tempo.
Enquanto isso, me especializei em cozinha, origamis e coisas semelhantes e não, definitivamente não, não sou gay.
Somente acredito ser ridículo tentar conquistar a posição de Alfa da matilha dessa forma, adotada por nós, colônia de degredados, dos irmãos dalém mar, anglo saxões com seus amplos calções e uma esfera que antes era cheia de ar, e hoje, na época das celebridades instantâneas, é inflada de sonhos, sonhos de crianças que querem correr o mundo e dar autógrafos, ganhar milhares em dinheiro e namorar vazias estrelas de televisão.
Nossa, quanto rodeio para finalmente dizer que chutei uma bola!!! É isso mesmo, depois de algumas dezenas de primaveras, chutei uma bola. E várias vezes. Claro que fiz feio papel, nenhuma habilidade, zero de coordenação, virei piada dos companheiros, mas tinha que tentar. Afinal, sou brasileiro, não? Além de não desistir nunca, tinha que fazer isso. Vai que morro amanhã, e chego onde sou merecedor, e o porteiro vai ler minha vida num grande livro. Ao perceber que nunca havia posto os pés em uma bola (pés mesmo, experimentei a canhota, situação no mínimo ridícula), espalharia pelo ambiente a fofoca e eu seria alvo da chacota dos desencarnados por toda eternidade, que acredito ser bastante demorada.
Bem, mais uma experiência de vida, que fui obrigado a testar para ter a certeza de uma condição que já tinha como conformada: sou uma negação nos esportes, e tirando o rapel e paraquedismo, não consigo fazer mais nada, nem jogar a boêmia sinuquinha, que como bom botequeiro que sou, me vejo obrigado a dominar.
Enfim, cada um com as habilidades que lhe cabem, portanto, alguém aí aceita um salmão?