quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Sobre flores - Capitulo nove


   Raimundo agora era só sorrisos. Graças a sua nova amizade, considera Baianinho seu baitininga,  conseguiu um trabalho bem melhor do que o primeiro. Aquilo de carregar caixa o dia inteiro até mesmo lá no norte era serviço pros diversos jumentos que todos os dias cortavam lentamente a caatinga, mesmo assim a pulso, de forma a levar os parcos mantimentos até a baixa da égua. sob o peso do acoite.
   Durante a pausa para o lanche da tarde, quando comia seu alfinin e o cabeludo, um luxo até então esquecido, observa o belo jardim, agora sua responsabilidade profissional.
   - No sertão não existia esse pantin de flor ornamental e cascata. O difícil vai ser só aprender a poda de cada uma, depois vai ser só manter tudo  feito a corralinda, deixa comigo!
   Neste momento, é rapidamente arrancado de seus pensamentos pelo som de uma melodiosa risada e ao olhar pela janela do escritório voltada para o canteiro de sempre-vivas, fica extasiado com a visão da moça que lhe contratara para o serviço.
   - Trabalhar no meio dessas flores e olhar pra apetrechada da Dona Gisele de vez em quando é quase tão bom quanto ganhar o salário mais benefício que ela prometeu., apois! Tanto tempo sem botar a Tonha pra andar e só de ver moça bonita fica com cara de beradeiro. Trabalhar é melhor, pois ela já deve de ter seu cambalafoice...
   Como já acabara a pausa para o café, calça as luvas e sai arrastando o bangue pela estradinha, afinal, ainda tinha grande parte do dia pela frente.

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