sábado, 30 de janeiro de 2010

De amor e de dor


Hoje ouvi no rádio a trágica notícia de dois joves da cidade que, desaparecidos no decorrer da semana anterior foram encontrados sem vida, em condições análogas, porém em locais diversos.

Segundo a boca pequena, falácia popular, burburinhos e borburigmos (no sentido literal da palavra), pelo menos um foi caso de auto extermínio movido por uma situação corriqueira de coração partido, mas administrada de forma inadequada.

Antes mesmo de digerir a triste nota, ouço a gasta pérola do sofredor crônico: "É, o amor dói..."

Dói?

Qual o quê?

Dói mesmo é doença, machucado, esfolão. Topada de dedão do pé andando descalço no calçamento, cortar o dedo em folha de jornal, bater a canela na quina quando levanta de noite pra beber água.

Dor de amor pode até existir, mas é dorzinha gostosa, inevitável quando estamos fazendo algo bom e exagera um tiquinho.

É cair na grama andando de bicicleta, tomar sorvete rápido e doer em cima do olho, coceirinha de bicho de pé depois do final de semana na roça, saudade que deixa mais temperada a mistura do encontro!

Amor que mata é amor que sacaneia, que consome pra acabar, cupido com cauda de flecha, amor que sacaneia não é amor que presta.

Amor bom mesmo é "Amor Sacana"

"Bom mesmo é amor devasso, imoral na pele e puro na alma."

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